sábado, 31 de dezembro de 2011

Top 5 Outubro-Dezembro

É, gente, piscamos e já são 31 de dezembro, tudo que tínhamos que fazer esse ano já foi feito. O jeito agora é apelar praquelas promessas das quais nem metade cumpriremos. Mas vamos ao que interessa. O último trimestre se passou e, infelizmente, não pude baixar tantas músicas quanto eu queria: reta final no trabalho, preparando revisão, fazendo boletim, estudando pra facul, etc. No entanto, posso dizer que aquilo que eu acabei achando valeu muito a pena. 

5. Back Of Your Neck - Howler

A internet já vem substituindo o rádio e a televisão como fonte pra achar novas bandas já há algum tempo e com a Howler não foi diferente. Nunca tinha ouvido falar deles ou visto algum clipe, mas fuçando num desses blogs de música por aí, acabei esbarrando com a banda, que já estão chamando de uma possível promessa pra 2012. Curti o som deles porque me lembrou Libertines de leve.

4. Live Those Days Tonight - Friendly Fires

Essa é mais uma da leva de bandas alternativas mais eletrônicas que me chamaram atenção esses últimos tempos. E olha que eles já tão vindo pro Brasil em abril pra tocar no Lollapalooza. Nem queria ir mesmo... Arctic Monkeys, Foster The People, Frindly Fires pra quê, né?

3. Felicidade - Marcelo Jeneci

O Jeneci foi um achado interessante nesse trimestre. Há muito tempo eu não via a MTV dando a cara a tapa e deixando de lado o gosto teen de uma boa parte da audiência pra fazer um VMB com essa boa música brasileira que tá surgindo. A grande maioria dos indicados desse ano eram completos estranhos pra mim e por isso mesmo fui compelido a ir atrás e sair baixando. Felizmente tive o prazer de encontrar o Jeneci, multi-instrumentista e compositor já renomado. Me rendi logo de cara ao climinha simples e relax da música, muio boa.

2. Paradise - Coldplay

E quem diria que essa volta do Coldplay com visual colorido Restart traria uma guinada dessas no som da banda? Every Teardrop Is a Waterfall, o primeiro single do Mylo Xyloto, na verdade não tinha me impressionado muito, mas quando baixei o álbum e ouvi o resto tive que dar o braço a torcer. Aliás, comecei a usar Paradise até pra dar aula. Ouvia non-stop no carro até que enjoeei, mas não podia deixar de registrar aqui.

1. Bogotá - Criolo

E finalmente um primeiro lugar brasileiro! Essa nossa mídia musical escrota dificulta muito uma maior divulgação de artista assim, mas, como já falei, a internet tá aqui e esses bons exemplos da nossa música têm que ser divulgados. O Criolo foi outro artista que conheci pela campanha de indicados ao VMB na MTV e é claro que ele muito mereceu os prêmios que ganhou. O cara manda muito bem nas letras, nas rimas e ainda mistura tudo que a nossa cultura tem de melhor. Música Brasileira com B maiúsculo.

Galera, curti demais esse ano blogando aqui. Sei que deixei muito a desejar nesse segundo semestre, então, aqui vai uma  proposição - porque promessa é muito forte - de eu tentar manter um ritmo de postagens, embora sabe-se lá onde estarão meus interesses em 2012. E na minha opinião é assim que tem que ser mesmo. O melhor é ficarmos abertos pro que aparecer. E se a merda acontecer - porque a gente sabe que vai - o jeito é estufar o peito, colocar aquela música que deixa a gente com 2 m de altura e colocar o nosso na reta mais uma vez.

Feliz ano novo!

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Breaking Down

Ok, podem me crucificar. Ontem, show da Móveis Coloniais de Acaju em Manaus e eu, de ingresso comprado, desisti de ir. Já é muito difícil ter shows decentes de rock nessa cidade e quando tem é tudo banda tosca teen tipo Cine ou tosca jurássica tipo Jota Quest. Por isso, me surpreende que eu tenha tomado uma atitude assim, de desistir na porta do show. Mas é a vida. Entre trabalho, faculdade e clube de cinema a gente acaba ficando exausto na metade da semana e abrindo mão desses eventos legais. Porém, o motivo real da crucificação é a alternativa que eu encontrei pro fim da minha quinta-feira: assistir a pré-estreia de  Amanhecer - Parte 1. Em minha defesa digo que o cinema é bem do lado do teatro onde o Móveis tocou, bem na praça de alimentação do shopping. Ou seja, pra um faminto exausto, Giraffas seguido de duas horas sentado no friozinho foi realmente a alternativa mais sedutora.

E até que meio que valeu a pena chegar em casa às 2h da manhã pra ter que acordar às 7h. Não pela qualidade do filme obviamente, mas pela graça não intencional do mesmo. Amanhecer - Parte 1 começa um tempo depois do super imprevisível pedido de casamento feito no final do capítulo cinematográfico anterior, Eclipse. Bella (Kristen Stewart) e Edward (Robert Pattinson), depois de quilolitros de mel derramados, finalmente celebram sua união com amigos e familiares em uma cerimônia nada pobre. Seguem, então, para sua lua de mel numa ilha deserta perto do Rio de Janeiro, onde viverão seu conto de fadas até que Bella descobre algo que até então era supostamente impossível. E aí começa o episódio especial de Sixteen And Pregnant.

E é em torno dessa gravidez que o resto do filme vai girar. Neste ponto, eu tenho que ressaltar a índia ticuna do Rio de Janeiro, a começar por esse pequeno erro geográfico. Mas essa índia, na minha opinião, fez a melhor cena do filme. Numa conversa com um português muito bem ensaiado pelo Pattinson, ela diz que ele desgraçou a vida da Bella e ao tocar em seu ventre, olha pra ela com olhos arregalados e se espanta: morte! Sério, achei hilário. Esse pessoal simplesmente googleia "tribos do Brasil", acha os ticunas e pensa que eles habitam todo o território. Mas no fim das contas são esses pequenos deslizes que fizeram o filme valer a pena, porque esperar algo muito espetacular da saga Twilight é no mínimo ingênuo.

Já faz uns três anos que li Amanhecer e posso dizer que é bem melhor ver o filme - ou simplesmente não vê-lo - do que desperdiçar dias em um livro no qual NADA acontece. Essa falta de acontecimentos também tá presente no filme, mas tenho que adimitir que a produção deu uma caprichada nas paisagens, na fotografia e até nos diálogos menos afrescalhados. As paisagens e as características do Rio ficaram muito bonitas, embora o samba na Lapa fosse meio samba de gringo. A maquiagem e os efeitos visuais também não ficaram atrás e a gravidez de risco da protagonista foi muito bem mostrada com a ajuda deles. De verdade, a criatura parecia um cadáver ambulante, quase sendo aceita como figurante de The Walking Dead. Visualmente agradável também foi a - SPOILER ALERT, CLOSE YOUR EYES BEFORE IT'S TOO LATE - transformação da Bella em vampira, com a estonteante mudança física realizada em uma só tomada. Enfim, pelo menos nesses aspectos o filme me agradou.


No fim das contas, no entanto, o filme só é bom mesmo pros fãs. Isso eu realmente entendo. Acho impossível, por exemplo, analisar com muita imparcialidade os filmes do Harry Potter, os quais, mesmo tendo roteiros ruins, me divertiram e ainda divertem. Acredito que deva ser a mesma coisa com a Saga Twilight. Só os fãs mesmo têm aquela expectativa toda de esperar por suas cenas favoritas na telona e reclamar apaixonadamente das que não foram incluídas. Já os que simplesmente vão ao cinema pra ver um filme vão rir das partes meio toscas, ridicularizar um casal com mentalidade da década de 50 e esperar que tivessem acontecido muito mais coisas em 117 minutos de drama teen.

Nota: 6,0.
"Morte!"
*Trailer, IMDB

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Top 5 Julho-Setembro

Wooosh! Mais um trimestre que se vai e entramos na reta final do ano. Daqui a pouco já estamos comendo peru, dando presentes sem sentido e gritando "feliz 2012"! Mas antes disso, não posso deixar de postar aqui meu Top 5 de músicas desses últimos 3 meses. Não tive muito tempo pra fuçar tantas coisas novas, mas o que chegou até mim foi muito bem-vindo e principalmente essa listinha tá num loop infinito.

5. Everything Goes My Way - Metronomy
Abrindo nossa sequência hoje temos uma banda inglesa. O Metronomy é mais eletrônico e experimental do que eu tô acostumado a ouvir, por isso ainda não estou 100% seguro de que vou realmente gostar conforme ouça esse último álbum, The English Riviera, com mais frequência. Por outro lado, essa música me cativou na hora. Também pudera, é a menos eletrônica do disco e ainda tem essa Roxanne Clifford aí cantando toda calminha e tals. Com certeza fez vários engarrafamentos desse trimestre mais toleráveis.

4. Someone Like You - Adele
Continuando na Inglaterra, temos Adele. Nos últimos Top 5 The Vaccines ficaram de figurinha repetida, dessa vez é essa gorda gostosa. Infelizmente perdemos a Amy em julho, mas o legado soul dela não ficará mal representado se mais cantoras como a Adele surgirem por aí. Porque pra provar que sabe não é preciso altos sintetizadores e shows caríssimos, basta uma voz poderosa e um pianinho no fundo.

3. Money - The Drums
Cruzando o Atlântico chegamos às quebradas de Nova Iorque. Essa música me pegou pela sinceridade da letra. "I want to buy you something, but I don't have any money". Quem nunca se viu nessa situação? E pra melhorar tem uma guitarrinha esperta misturada ao ritmo acelerado e ao refrão grudento. Aliás, esse segundo álbum do The Drums, Portamento, tá muito bom! Já podem ir baixando!

2. Let'em Shine Below - Holger
Descendo para nossa terra natal, o segundo lugar desse trimestre vai pra Holger. Quando soube que eles tocariam em Manaus nem me animei muito porque tinha achado o EP deles bem mais ou menos. Agora imaginem meu arrependimento quando inventei de ouvir o álbum mesmo, Sunga, só no dia do show. Sério, muito divertido, com uma batida meio africana, meio latina misturadas com rock, um sintetizador e aquele Brazilian accent pra dar o toque final. Meio que o Vampire Weekend brasileiro. A diferença é que no quesito animação e performance no show, Holger dá de dez a zero, e olha que eu já tive a sorte de ir a dois shows do Vampire Weekend. Os caras literalmente se revezam em todos os instrumentos, todos cantam e todos tiram graça com o público. Sem dúvida o melhor show a que fui até agora esse ano (do ano inteiro, já que eu provavelmente não vou mais pro Planeta Terra). 

1. Pumped Up Kicks - Foster the People
Voltando pro Tio Sam, mas pra Califórnia, a banda que mais ouvi esse trimestre foi sem dúvida Foster The People. Peguei esse clipe por acaso no VH1 e achei eles um bando de playboy. Detalhe, só não conseguia tirar esse refrão da minha cabeça. O jeito foi baixar o álbum, Torches, e me viciar de vez. Lembra MGMT, mas muito mais animado, mais grudento, enfim, mais. Os caras tão famosinhos já nos EUA, concorreram no VMA, se apresentaram no Lollapallooza e tudo. Por isso, ficam eles aqui como minha maior dica do trimestre. "You'd better run, better run, outrun my gun!".

E que venha logo esse fim de ano! Eu quero férias!

Minha Trajetória no Mundo da Leitura

As histórias sempre fizeram parte do meu imaginário. Mesmo antes de aprender a ler, tive muito contato com elas através dos meus pais, que sempre me contavam as mais fabulosas aventuras antes de dormir. No entanto, não posso dizer que tinha um apreço especialmente marcante pela leitura após minha alfabetização. Embora lesse com afinco os livros paradidáticos que me eram recomendados pela escola, somente um livro pode ser apontado como responsável pelo início do meu amor à leitura.


Aos dez anos de idade, a saga Harry Potter não só representou para mim a verdadeira abertura ao mundo alternativo da literatura, mas também contribuiu para o desenvolvimento de um senso crítico mais apurado. O gênero young adult, ou infanto-juvenil, desde então teve um lugar especial na minha estante, representado por séries como Os Mundos de Crestomanci, A Mediadora e Desventuras em Série. Além disso, através de metáforas e alegorias, o mundo das letras me ajudou a interpretar melhor textos até mesmo na escola, onde a compreensão e a produção textuais são importantíssimas. Tal ajuda provou-se valiosa quando entrei na adolescência e passei ao Ensino Médio.           

Nessa fase meu interesse pelos clássicos foi despertado, principalmente os da língua inglesa, a qual já vinha praticando havia algum tempo. Autores como Jane Austen, J. D. Salinger e Mark Twain expandiram meus horizontes literários e em última instância melhoraram meu vocabulário e minha capacidade argumentativa, tanto em português como em inglês. Nesse sentido, devo muito também ao elemento tecnológico por essas novas e bem-vindas descobertas.

Ferramentas como a internet e a digitalização de livros têm influenciado fortemente meus recentes hábitos de leitura. Através da primeira, tenho acesso muito mais rápido a informações relevantes sobre os mais diversos gêneros literários, além de participar de redes sociais especializadas em discussões acerca de vários temas e até em compra e troca de livros. Já a digitalização desses tem me proporcionado o barateamento no custo de cada volume, já que não há preocupação com papel e impressão. Diante disso, com o auxílio da tecnologia, a leitura fica cada vez mais fácil e acessível, o que é de suma importância para uma sociedade que busca uma educação de qualidade.

Finalmente, entrei recentemente em uma fase na qual se apresenta um novo desafio literário. Os textos da comunidade científica, embora primem pela objetividade e articulação argumentativa clara, exigem elevado grau de atenção e leitura prévia, especialmente quando tratam de temas mais complexos, como certos assuntos mais subjetivos da literatura. Além disso, é hora de corrigir uma séria falha na minha história de leitura: os clássicos brasileiros. Por mais que tenha lido Machado e alguns outros renomados autores, é preciso um mergulho mais aprofundado numa literatura tão rica quanto a nossa. Estou ainda no segundo período, mas posso afirmar que tais desafios são mais que bem-vindos.  

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Sessão Depressão

É, meu povo, quem me mandou arranjar uma vida? Entre faculdade, alemão e trabalho de segunda a sábado, ficou complicado postar alguma coisa que preste no final do primeiro semestre, embora meu ritmo de leitura e de cinema não tenha diminuído tanto. Felizmente, fui abençoado com duas semaninhas de folga da faculdade, então tô me obrigando a escrever algo por aqui. Assim, pra suprir um pouco esse hiato desde o último post, resolvi criticar dois filmes hoje.

Minha primeira dica é Blue Valentine, filme do ano passado que estrela Michelle Williams (pra mim a eterna Jen de Dawson's Creek) e Ryan Gosling. A obra nos traz a história de Dean e Cindy, um casal que passa por problemas no seu casamento. Sua narrativa é entrecortada por momentos importantes do passado do casal, assim oferecendo ao espectador a oportunidade de juntar o quebra-cabeça de uma relação conturbada. Aliás, essa é a impressão que mais me marcou ao ver o filme: os vários recortes, ora felizes, ora tristes, ora apáticos, que acabam construindo um retrato esfacelado de duas pessoas muito diferentes unidas por circunstâncias especiais.

Não se enganem quanto ao ridículo nome que o longa recebeu no Brasil, Namorados Para Sempre, porque, bem... deixa pra lá. Anyways, a atuação dos dois ótimos atores é a alma do filme. Com muita competência, o casal consegue dar vida às duas personagens principais bem no estilo "gente como a gente", passando longe dos casais perfeitos das comédias românticas. O resultado final é um filme extremamente pesaroso que nos faz refletir acerca de como o tempo pode mudar nossas perspectivas e de repente tornar o que era claro em algo duvidoso e possivelmente nocivo. Filmaço. Nota: 9,5.
"I feel like men are more romantic than women. When we get married we marry, like, one girl, 'cause we're resistant the whole way until we meet one girl and we think 'I'd be an idiot if I didn't marry this girl she's so great'. But it seems like girls get to a place where they just kinda pick the best option... 'Oh he's got a good job'. I mean they spend their whole life looking for Prince Charming and then they marry the guy who's got a good job and is gonna stick around"

*Trailer, IMDB 

Minha segunda dica se chama Não Me Abandone Jamais (Never Let Me Go), filme - também do ano passado - baseado no livro homônimo do nipo-inglês Kazuo Ishiguro. A história se passa na Inglaterra da segunda metade do século XX, porém num universo ligeiramente diferente do nosso, onde o intenso progresso científico possibilitou a criação de clones pra que esses possam no futuro doarem seus órgãos vitais, assim salvando a vida de muitos doentes. Bem sci-fi, né? Na verdade, não, não tem nada a ver.

O foco da trama é principalmente nas vidas desses clones, mais especificamente Kathy (Carey Mulligan), Ruth (Keira Knightley - Piratas do Caribe) e Tommy (Andrew Garfield - o novo Homem Aranha), seres nem mais, nem menos humanos que eu ou você. A obra se dá em três momentos distintos, apresentados cronologicamente: a infância dos protagonistas no internato, os anos logo após a escola e a idade adulta. A questão da clonagem do ponto de vista científico quase não tem importância numa história em que o essencial são as relações entre essas pessoas e como um destino cruel pode afetá-las. Clones ou não, todos temos desejos, sonhos e defeitos. No fim das contas o que realmente importa é viver o tempo que temos por aqui da melhor forma possível. E você? O que faria se já nascesse com um prazo de validade? Nota: 8,5.
"What I'm not sure about is if our lives have been so different from the lives of the people we save. We all complete. Maybe none of us understand what we've lived through, or feel we've had enough time"
*Trailer, IMDB

É isso gente, espero que tenha se interessado pelos filmes. Ambos valem muito a pena. Só sugiro que vocês não os vejam no mesmo dia, ou quem sabe até na mesma semana. Não quero família de ninguém vindo me acusar de assistência em suicídio.

Até a próxima! 

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Boy Flick


Oliver Tate is a 15-year-old Welsh boy whose life is at a turning point. He strikes up a relationship with bossy pyromaniac Jordana Bevan as he watches his parents’ marriage deteriorating when an old flame of his mother’s moves in next door. Oliver struggles to manage both these aspects of his life and finds out some things just don’t work out as smoothly as in his imaginative mind. This is the underlying plot of the remarkable Submarine, Richard Ayoade’s insightful debut as a director.

The very talented cast led by Craig Roberts delivers an intimate coming-of-age flick much unlike those overly hormonal moronic American comedies that attract flocks of young moviegoers every year. Instead, we are delighted to laugh at and feel touched by the unusual attempts of an eccentric boy to juggle all the important parts of his life. The movie’s approach to storytelling is quite charming in its tender sequences that together with an unpretentious soundtrack add up to an engaging feature about a boy experimenting with overwhelming new sensations. Ultimately it is all about coming to terms with the fact that life is full of obstacles and we have to find out how to deal with it as best as we can.  

domingo, 24 de julho de 2011

In Memoriam

E quando você acorda naquele sábado preguiçoso com cara de domingo e começa a passear pelos canais da TV? Geralmente encontro desenho animado, música, crente, programas de auditório babacas da TV aberta, etc. Ontem, no entanto, foi diferente. A primeira coisa com que me deparo é o jornalista da Globo anunciando a morte da Amy Winehouse, que tinha sido encontrada morta no seu apartamento em Londres.

Amy Jade Winehouse: 14/09/83 - 23/07/11
Desde que nasci, vários grandes artistas já morreram, como Kurt Cobain (1994, eu ainda corria pelado em casa, mas tudo bem), George Harrison (2001) e Michael Jackson (2009). Mas a morte da Amy ontem teve um peso diferente. Ela tendo sido apenas 7 anos mais velha que eu, acho que posso dizer que éramos mais ou menos da mesma geração. Por isso foi mais chocante. Eu curtia muito as músicas dela e ela tava sempre ali,  lançando vídeos, fazendo shows e, principalmente, virando notícia na mídia. E de repente, tchau, tchau, acabou-se. Beijos, mortalidade. 

Não acompanhei o trabalho dela desde o início, mas quando o Back To Black estourou nas paradas do mundo inteiro, rapidamente me rendi ao apelo daquela inglesinha magrela do cabelo bizarro e de maquiagem louca cantando jazz, soul, whatever com aquele vozeirão. Pouco me importava se ela aparecia banguela por aí, se ia ou não pra rehab ou se reatava com o Blake, embora, eventualmente, rolasse uma ou duas piadinhas de porra louquice. Mas acima da sordidez dos tablóides que a massacravam, me importava mais era quando o novo álbum ia ser lançado. Por isso, o que fica pra mim é a música - uma das coisas que fazem minha vida muito melhor - as canções agridoces, safadinhas e/ou depressivas dessa mulher.

Obrigado por tudo, Amy! Que você encontre toda a paz que você mesma e tantos outros te negaram aqui!


segunda-feira, 18 de julho de 2011

NOX!

Negação. Cólera. Negociação. Depressão. Aceitação. Em 1969 a psiquiatra suíça Elizabeth Kübler-Ross propôs esses cinco estágios do luto (ou da tragédia ou qualquer situação catastrófica), pelos quais seus pacientes passavam quando tinham que lidar com tal situação. Embora esses estágios não se apresentem cronologicamente ou em sua totalidade, Kübler-Ross afirmou que pelo menos dois deles se manifestam, de acordo com o paciente. Me perdoem pelo senso comum e por essa pesquisa superficial, estudantes e profissionais da psicologia, mas a última sexta-feira (15) certamente teve um gostinho trágico e foi pra mim a mais dramática do ano: a estreia de Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2.

Eu já estava na fase da negação desde julho de 2007 quando o livro derradeiro da saga foi lançado. Desde então, eu imaginava que realmente só acabaria num longínquo 2010 ou talvez 2011, quando o último filme estreasse. Pois é, aqui estamos e eu pulei a fase da cólera diretamente pra negociação, já que só vai acabar mesmo depois que eu ler tudo pela última vez, certo? CERTO? Mas voltemos ao filme da última sexta-feira 13, opa, 15.

Preciso contar a sinopse? Tá, a Parte 2 começa exatamente onde a anterior parou. Após o episódio da mansão dos Malfoy, que culminou na morte do Dobby, o Harry continua sua busca pelas Horcruxes, a qual finalmente o levará de volta ao seu lar: Hogwarts. E é aí que a porrada rola solta. Voldemort descobre o plano de Harry e fecha o cerco sobre a escola, palco da incrível e deprimente batalha final. Tive que ver o filme duas vezes. A primeira pela emoção e a segunda por um pouquinho de razão, já que eu não queria que essa resenha saísse algo como 5 parágrafos de "AAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHH!".

O filme corresponde somente a doze capítulos do livro, então, eu passei os 130 minutos pensando "caramba, já tá no final, já tá no final". Mas, olha, mesmo que simplesmente pela grana, a Warner acertou ao dividir a história em duas partes. Fico aqui pensando como é que construiriam o final todo em um só longa. As grandes revelações da trama precisaram de tempo, de drama. Sem contar a batalha final. Deus, que foi aquilo? Hogwarts sendo destruída por aquela legião de Comensais e monstros foi um tapa na cara, ainda mais com todos aqueles efeitos especiais incríveis e o castelo digitalmente recriado em todo o seu esplendor noturno.

Aliás, desde a Parte 1, ou melhor, desde O Enigma do Príncipe, a fotografia abandonou sem dó os tons pastéis do péssimo Cálice de Fogo e as cores vivas da inocente Pedra Filosofal. A ação praticamente toda se dá numa penumbra, numa Hogwarts nunca antes vista, onde as paredes de pedras são destruídas, feitiços mortais voam a torto e a direito e os seus personagens favoritos *puff* - morrem. Se bem que o diretor foi extremamente gentil quanto às mortes dos nossos entes queridos. A morte do -, pra mim a mais chocante dessa parte, não foi mostrada diretamente, mas do ponto de vista do protagonista, o que, mesmo assim, não deixou de ser terrível. Já a do -, do - e da - simplesmente não apareceram, o que, igualmente, não diminuiu o impacto de ver seus cadáveres estirados no Salão Principal.



Até as atuações superaram as expectativas. Claro que o elenco de apoio - Voldemort, comensais e professores - continuaram com suas performances espetaculares. Ralph Fiennes como sempre impecável em sua vilania, Helena Bonham-Carter hilária e mortal nas loucuras de Bellatrix Lestrange e Maggie Smith dando show como McGonagall, líder da resistência na batalha de Hogwarts. Quanto ao Alan Rickman, não tenho palavras que se igualem à sua maestria no filme. Snape, o professor mais amado e mais odiado da saga, se mostrou essencial às revelações da trama e Rickman o interpretou de forma brilhante, expondo cada nuance significativa do personagem. Mas eu queria falar mesmo é do trio maravilha. O Rupert sempre foi o melhorzinho dos três e ainda melhorava a cada filme. No entanto, devo tirar também o chapéu pros outros dois. A Emma finalmente se curou da dor de barriga constante (beijos, Kristen Stewart) e conseguiu interpretar a Hermione perfeita que todos amamos. Agora o Daniel realmente me surpreendeu. Ele carregou o filme com muita competência nas costas, sem excessos e com a dignidade do seu personagem. Enfim, nesse departamento tivemos o único longa impecável da série.

Ufa, acho que esse foi meu post mais longo ever. Mas também pudera, foi o fim de uma saga que durou uma década de expectativa, de risos e de choro. Qualquer coisa que eu escreva aqui não será nem metade do que essa série representa pra muita gente da nossa geração. E ter esse final tão apoteótico, com roteiro, trilha, efeitos e atuação tão bem realizados foi fechar esse ciclo com chave de ouro. A única ressalva que eu tenho (desde o lançamento do livro, por sinal) é em relação ao epílogo desnecessário. Muitos fãs não curtiram, mas de forma alguma vai manchar a grandeza e a magia dessa história que vai acompanhar muita gente pro resto da vida. Por fim, hoje acho que ainda estou no estágio da negociação e da depressão. Quem sabe um dia a aceitação bate à porta...

Nota: 10.
"Do not pity the dead, Harry. Pity the living and above all, those who live without love."
"You wonderful boy. You brave, brave man." 

quarta-feira, 13 de julho de 2011

"Abençoados são os esquecidos..."

Façamos um pequeno exercício mental. Feche os olhos - não exatamente nesse momento, ainda não tô fazendo podcast. Tente se lembrar da coisa mais embaraçosa da sua vida. Não, não. Embaraçosa, não. Cruel. Humilhante. Vergonhosa. Pode ser algo que você presenciou ou algo que você mesmo fez. Algo que ainda hoje te assombra e de alguma forma te entristece, enoja ou te faz um ser humano pior. Pensou? Pois bem. E se eu te dissesse que há um jeito de apagar essas memórias? De apagar essas assombrações que com o mais corriqueiro dos acontecimentos pode do nada ressurgir do teu inconsciente. Foi essa a tentação que eu revisitei ainda há pouco quando decidi rever Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças.

A história gira em torno de Joel Barish (Jim Carrey), que decide, assim como sua ex-namorada, contratar os serviços da empresa Lacuna Inc, a qual apaga memórias específicas do cérebro humano, dependendo daquilo que o cliente quiser esquecer - no caso de Joel, seu relacionamento fracassado com Clementine (Kate Winslet). A maior parte do filme se passa na mente do protagonista, onde ele revive todas as memórias referentes à ex, fazendo-o eventualmente refletir se esquecer é realmente necessário.



Engraçado como estudar teoria da literatura me faz olhar pros filmes de maneira diferente agora. É claro que a linguagem não é a mesma, mas não deixam de haver ferramentas em comum, como o tratamento da perspectiva, do tempo cronológico, os quais, por exemplo, são elementos trabalhados com destreza no filme.  Ao acompanhar o caminho sinuoso de Joel através de suas memórias, embarcamos numa trajetória parcial na qual seremos expostos desde os mais diversos aspectos de seu namoro até os momentos de maior humilhação de sua vida, uma verdadeira viagem aos sentimentos humanos mais íntimos. Paralelamente, justapõem-se as sequências em que há o questionamento de até aonde vão os benefícios desse esquecimento seletivo. Quem somos nós depois de ter certas partes da memória apagadas?

O filme brinca muito com esses altos e baixos da vida, questionando sempre o limite entre nossa personalidade, nossa essência e nossas experiências representadas pela memória. Quem pode me garantir que depois de ter a memória apagada eu não farei tudo de novo? Quem me garante que me fazer esquecer algo do meu passado vai me dar uma vida nova em que eu possa me reerguer? É claro que no meio desse turbilhão existe preponderantemente uma história de amor, apresentada de forma íntima e original. Apesar de serem opostos, é possível entender a atração que um exerce no outro, e aqui eu tiro meu chapéu pra Kate Winslet e pro Jim Carrey. Em nenhum momento tive vontade de rir por lembrar de algum outro personagem idiota dele. Sério, outra pessoa.

Enfim, o filme é de 2004, então se você ainda não viu, baixe/compre/veja logo. Trata-se não só de uma jornada na mente do protagonista, mas também de um mergulho nas suas próprias experiências e no impacto que elas têm na sua vida. Pra mim, o que realmente ficou foi a importância de passar por esses perrengues, por todas essas chatices, ou mesmo de ter feito aquelas merdas, ofender alguém que eu amo (ou não), invejar, maldizer. Afinal, cada pedacinho desse, cada memoriazinha dessa me ajudou a ser quem eu sou hoje e continuará ajudando pro resto da vida. Esquecer acaba sendo só um retrocesso. Tropeçar absolutamente faz parte do caminho. E como já dizia Nietzsche: aquilo que não me mata só me fortalece.



Nota: 10

          "- What if you take me somewhere else, somewhere where I don't belong, and we hide there till morning?
              - Oh, man. I can't remember anything without you."


PS: escrevi esse post sob os sintomas da privação de sono, portanto noã me responsibalizo por evnetuais incronguências.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Top 5 de Abril a Junho

Junho se foi. E com ele, metade de 2011. Como foram esses 6 meses pra vocês? Já que o mundo não acabou e que no começo de abril eu postei meu Top 5 de músicas do primeiro trimestre, volto aqui pra responder pelo trimestre abril-junho.

5. It's a Party - The Subways

Ai, meu 2006! Esse ano o Subways vai lançar o terceiro álbum, Money & Celebrity, mas já liberaram o primeiro single. O som deles tá mais ou menos parecido com o do segundo álbum, mas tá valendo. IT'S A PAAAARTY!

4. Rolling in the Deep - Adele

Putz, só precisei ouvir uma vez o segundo álbum da Adele, 21, pra eu me render. Porra, essa mulher canta demais. Um dos melhores álbuns do ano, o qual, BTW, fez a Adele bater o recorde da Madonna (9 semanas) ao ficar 13 semanas consecutivas no primeiro lugar da lista dos mais vendidos no UK - beijos, Wikipedia.

3. Reckless Serenade - Arctic Monkeys 

E os macacos voltaram esse ano. Confesso que minhas expectativas pra eles eram quase zero, já que não tinha suportado o terceiro álbum, exceto Cornerstone. Mas isso foi bom porque serviu pra revitalizar meu gosto pela banda. O Suck It And See acertou onde o Humbug errou. Tem as melhores baladas que a banda já fez (Black Treacle, Reckless Serenade, Piledriver Waltz, Suck It And See...) e as mais pesadinhas são bem melhores que as do estilo Crying Lightning. Curti demais.

2. Bumper - Cults

Com certeza foi a alegria do trimestre. Essa dupla nova-iorquina toca um popzinho feliz, às vezes ingênuo, às vezes simplesmente bobo, quase infantil, mas extremamente agradável. Daqueles que dão vontade de sentar debaixo de uma árvore num dia de sol, sentir o vento e simplesmente conversar e rir com os seus amigos.

1. All In White - The Vaccines

A menos que outra banda viciante simplesmente apareça nos próximos meses, já posso dizer que o Vaccines é a minha favorita do ano. A banda não tem muita coisa nova. De primeira você lembra logo de Interpol, Editors e até de Ramones, mas não consigo dizer que esse rock cru e simples não me atrai. As letras vão bem direto ao ponto e tratam desde sexo até morte. Já dá pra perceber a raiva que eu tive quando esses putos cancelaram o show no Planeta Terra. Mas deixa estar, minhas macumbas pra que o Arcade Fire venha serão atendidas.

Valeu, povo! Lembrando que estou sempre aberto a sugestões de bandas legais, tipo Restart, Cine e Luan Santana. Até a próxima!

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Boy Lit

Umas semanas antes do lançamento do novo álbum do Arctic Monkeys, o Suck It And See (muito bom, por sinal), foi lançada a trilha sonora do filme Submarino, composta por ninguém menos que o próprio Alex Turner. Nem sabia que ele fazia trilha sonora, mas baixei de bom grado e hoje tô viciado. Agora já revirei a net de cabeça pra baixo e não acho link pra baixar o bendito filme, por isso quando vi o livro em que ele foi baseado lá na Saraiva, não hesitei e comprei logo.


Submarino, escrito pelo galês Joe Dunthorne, narra a história de Oliver Tate, um garoto sagaz que quer perder a virgindade antes dos 16 anos e ao mesmo tempo salvar o casamento dos pais. Contando assim desse jeito, parece algo meio American Pie, mas eu asseguro que passa longe disso. Não tem nada do estilo de "comédia" vulgar dos americanos, pelo contrário, o sexo é retratado de forma bem intimista e sem exageros hormonais babacas.

O romance é narrado em primeira pessoa e se passa em 1997 em Swansea, importante cidade do País de Gales. "Curiosamente", os anos 90 foram a década em que o próprio autor ainda era adolescente (criado também em Swansea), o que sugere um quê de romance autobiográfico. Logo de cara já dá pra perceber o caráter do protagonista, que se utiliza de todos os artifícios possíveis pra revitalizar o amor entre os pais, inclusive chantagem emocional. Na escola ele é uma espécie de bully popular, embora fique claro que ele só faz o que faz pra fins de sobrevivência, revelando uma aguda percepção do ambiente escolar muitas vezes cruel.

Na minha opinião essa é a grande sacada do livro, a maneira peculiar em que Oliver enxerga o mundo, sempre analisando profundamente suas relações amorosa, familiar e social. Com um vocabulário bastante extenso e uma esperteza fora do comum, o protagonista vai descobrindo a dor e os prazeres da transição da infância pra vida adulta, desde a perda da virgindade, passando pelo primeiro término de namoro, até a descoberta da imperfeição dos pais. Destaco aqui a qualidade dos diálogos, tanto os internos de Oliver como aqueles com sua namorada, família e outros.

O livro segue num bom ritmo até mais ou menos a metade, quando parece que o foco torna-se exclusivamente pro iminente fim do casamento dos pais. Me pareceu ali que houve um pouco de descaracterização do personagem, já que ele fazia coisas absolutamente ridículas e infantis, meio que quebrando a curva de aprendizado do romance. Mas vai ver é justamente isso. A gente aprende muita coisa, desaprende outras e vai sempre tropeçando. Mesmo assim, achei que foi uma quebra muito grande que me desanimou muito, embora o final agridoce do romance a tenha quase compensado.

É isso, gente. Trata-se de um livro interessante, que alterna em boa parte do tempo entre o drama e a comédia, ambos muito bem orquestrados. É um romance adolescente que distoa bastante dessa era de séries infanto-juvenis água com açúcar bestas (cough cough Crepúsculo cough cough) e realmente adiciona algo às nossas relações sociais, embora, como já disse no parágrafo anterior, desanda um pouco do meio pro final. Enfim, eu acho que o filme deve ser melhor, só que não o encontro de jeito nenhum, então se você achá-lo perdido em algum rincão desse mundo digital, por favor, me avise!


"Exercise II. 


Write a diary, imagining that you are trying to make an old person jealous. I have written an example to get you started: 



Dear Diary, 

I spent the morning admiring my skin elasticity. 
God alive, I feel supple." 
* Trailer
PS: Se descobrirem o porquê do nome "Submarino", também me avisem!

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Podre

Como eu disse no post anterior, na mesma noite em que vi Se Beber Não Case 2, também decidi dar uma conferida em Padre. "Pô, Paul Bettany e tals, o cara é bom. Vamo lá". PFF. Teria sido melhor ir pra casa, mas já que não o fiz, acho de bom tom avisar vocês pra que não caiam na besteira de ver esse filme. Se bem que já saiu de cartaz, mas mesmo assim: NÃO baixem, NÃO aluguem (ainda existe gente que vai à locadora?).

A história se passa em um mundo onde a Igreja controla o Estado, que lutou incessantemente para expurgar o mundo da raça dos vampiros. No entanto, o Padre (Bettany) decide deixar a proteção reforçada da cidade quando descobre que sua sobrinha foi raptada. Ao lado do xerife Hicks (aquele primeiro vilão lá do Crepúsculo 1), descobre que o sequestro de sua sobrinha é apenas a primeira parte do plano de um vampiro híbrido para reconquistar o mundo. Falo logo que vi o filme dublado, então já foi um aborrecimento a mais, embora não tenha influenciado em nada no meu julgamento. 

A fotografia até que é legalzinha. Como a história se passa num futuro distópico, a cidade retratada no início do filme tem sua boa dose de prédios escuros e imponentes, ruas sombrias e pessoas apressadas pela rua, todos envoltos em uma atmosfera urbana esfumaçada, enegrecida e amedrontadora. Mesmo quando a narrativa se desloca para os distritos remotos o tom cinza continua presente, acho que deve ser mesmo a estética do graphic novel em que o filme foi baseado.

Quanto a forma em que a Igreja foi retratada, achei totalmente ZzZzZzZ. É muito sem imaginação e completamente medieval. Já tava de saco cheio do padre fodão lá ficar dizendo toda hora que quem vai contra a Igreja, vai contra Deus, blá blá blá. Taaaaalvez seja pelo fato de que o artista que fez o graphic novel seja coreano, então ele pode não conhecer muita coisa do catolicismo e tal, mas também não sei, vai ver que ele morou muito tempo no ocidente, NÃO SEI. Não estou defendendo que ele tivesse pintado a igreja bela e maravilhosa, não sou católico, só achei a fórmula bem batida.

Quanto à trama em si, não vi nada de realmente interessante ali. É só mesmo o protagonista correndo de uma cidade pra outra, encontrando ocasionalmente uns vampiros aê, até que chega ao confronto final com o vampiro-mor e pronto. Realmente nada que já não se podia esperar. Os diálogos também não tem nada demais, dando-se preferência mesmo pras cenas de ação, umas que inclusive quebram tão feio as leis da física que você ri alto de verdade.

Enfim, não percam o precioso tempo de vocês com esse filme. Tenho só pena de quem foi ver em 3D e gastou seus 20 reais pra nada. Aliás, essa história de 3D é uma praga, viu? Galera só quer gastar milhões nas cenas de porrada, de carros voando, explosões e os cacete só pra voar na cara do povo no cinema. Já chega! Quero história, quero riso, quero choro.

Nota: 3,0.
"To go against the church is to go against God"

* Trailer, IMDB.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

A Ressaca 2

Mais de um mês sem postar. Já tava na hora de tirar as teias de aranha, né? 

Então, essa semana fui ver Se Beber, Não Case! 2. Claro que não seria minha primeira escolha ao ir ao cinema, mas de vez em quando é bom dar uma variada e se arriscar um pouco. Surpreendentemente não senti que meus valiosos 6 reais foram desperdiçados. Pelo contrário, dei umas boas risadas e tive até ânimo pra fazer uma sessão dupla e ir ver Padre (que é uma bosta) logo em seguida.

O filme traz a mesma fórmula do seu antecessor, no qual, depois de uma noite insana de bebedeira, um grupo de amigos acorda num quarto de hotel e tem que lidar com as consequências de todas as loucuras cometidas na noite anterior. A diferença é que o cenário desta continuação é a capital da Tailândia, Bangkok, nas proximidades de onde Stu, o dentista, vai se casar.

A história é bem dinâmica e se centra na busca pelo cunhado de Stu, que já não se encontrava mais no quarto do hotel quando todos acordam e se dão conta de que "aconteceu de novo". Aliás, essas alusões ao primeiro filme até que acontecem com uma certa frequência. Pude percebê-las facilmente justamente porque não vi o primeiro. Ha. Mesmo assim, não tira a graça das diversas outras piadas da história. Muitas delas suscitadas pela simples incredulidade do espectador ao ver, por exemplo, um macaco traficante de drogas e o pênis de uma prostitua travecão.

Os acontecimentos se desenvolvem a medida em que eles tentam retomar os passos da noite anterior e correm desesperados pelas ruas de Bangkok. BTW, achei bem interessante o jeito em que a capital tailandesa foi mostrada no filme, cheia de contradições. Os personagens passam por mercados precários, hotéis de luxo e até por paisagens lindíssimas no Golfo da Tailândia. Comenta-se várias vezes que "Bangkok pegou ele", como se a cidade tivesse vida própria. Engraçado porque quando penso na Tailândia só me vem na cabeça aquelas populações ribeirinhas andando naquelas canoas engraçadas. Meio que o que acontece aqui com o Amazonas: só mostram a floresta e esquecem de mencionar o polo industrial de Manaus, cidade com o sexto maior PIB do país.

Mas voltando ao filme. Tenho que falar que as críticas em sua maioria foram negativas. Justamente pelo caráter repetitivo da sequência, a qual, segundo os críticos, reproduz sem muita inovação a fórmula consagrada do primeiro. Como eu não vi o primeiro, pra mim foi uma experiência nova e bastante divertida. Ri demais, apesar de algumas piadas meio que de mau gosto como um monge budista fazendo farra no puteiro. Mesmo assim, ver um bando de adultos correndo de um lado pro outro numa cidade asiática é muito mais engraçado que um bando de adolescente/universitário babaca bebendo em fraternidades americanas que sempre aparecem nesses filmes de "comédia" que a gente já cansou de ver. Pode ir na fé e despreocupado porque é entretenimento puro.

Nota: 8,0.

"You're in Bangkok, there's a reason why they don't call it Bangcunt"

* Trailer, IMDB.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Na Véspera do 2.0

É, povo, chegou o momento: hoje é meu último dia como teen - pelo menos no sentido literal - nesse planeta. Amanhã completo duas décadas de existência, então vou mudar o foco dos posts desse blog. Daqui pra frente na pauta estarão economia, política, vinhos e queijos. A-h-a-m. Nessas horas bate de leve aquela síndrome de Peter Pan e você pensa "Mas 20 anos? Ser gente grande é chato!". Medo! Embora eu ache que a cada geração as pessoas assumam mais responsabilidades e mais cedo do que a anterior, portanto, vou respirar.

Anyway, desconsiderem o sentimentalismo fingido do parágrafo anterior e deem uma olhada na minha lista de filmes adolescentes favoritos (enquanto ainda posso apreciá-los... - HA - brincadeira).

5. Segundas Intenções (1999)

Baseado no livro "As Relações Perigosas", clássico francês do século XVIII, o filme traz a trama pra Nova York do fim dos anos 90. Recheada de intrigas, a história mostra a dissimulação de jovens da elite nova-iorquina que chegam a extremos fazendo seus joguinhos e destruindo reputações através de armações impensáveis. Famosíssimo pela sequência final embalada pelo som de Bittersweet Symphony do Verve, o filme conta com Sarah Michelle Gellar (no auge de Buffy), Ryan Phillippe e Reese Witherspoon (antes do casamento), entre outros. Definitivamente um clássico da nossa geração.

4. O Clube dos Cinco (1985)

É um filme basicamente sem trama alguma. É só um grupo de adolescentes que por alguma razão ficam de castigo no sábado de manhã na escola. Daí temos um integrante de cada panelinha: a paty, o atleta, o geek, o valentão e a autista. O valor do filme tá justamente na troca de experiências entre os cinco. Eles passam a ver que cada rótulo é só uma fachada e que são mais parecidos uns com os outros do que pensavam. Um filme extremamente franco com relação à adolescência e que passa longe dos clichés do gênero. Cultuado desde então, já teve referências em séries famosas como Gilmore Girls, Dawson's Creek (um episódio inteiro em homenagem) e Gossip Girl.

3. 10 Coisas Que Eu Odeio Em Você (1999)

Dispensa explicações, né? Clássico é clássico! Quem não se lembra da famosa cena do "I Love You, Baby" na qual o finado Heath Ledger faz uma serenata bizarra no campo de futebol? Julia Stiles também muito foda estrelando no papel da anti-heroína inspirada n'A Megera Domada de Shakespeare, dando patada a torto e a direito. Ótimo filme estilo High School, cheio de falas hilárias e com trilha sonora rock adolescente rebelde.

2. Curtindo A Vida Adoidado (1986)

Até agora não acredito que só vim ver esse filme esse ano. Juro! Mesmo com todas as Sessões da Tarde dessa vida. A história toda se passa no dia em que Ferris Bueller decide matar aula mais uma vez pra se divertir por aí. Acompanhado por seu fiel escudeiro acanhado e sua namorada, Ferris vive os sonhos mais ousados de qualquer um que já gazetou uma aula. Sim, me refiro à cena do desfile dançando Twist And Shout. O filme além da curtição mostra toda a incerteza do adolescente quanto ao seu futuro e a suposta falta de diversão e tempo que ele trará. John Hughes comanda!

1. Juno (2007)

E finalmente honrando nossos anos 2000 temos Juno no primeiro lugar! Mais uma anti-heroína na lista, porque né, dane-se estilo Mandy Moore de ser! Juno é uma garota de 16 anos que engravida do melhor amigo. Após desistir do aborto, parte em busca de pais decentes pro bebê. Mas o legal do filme não é nem a história em si. Os diálogos é que são incrivelemente hilários e cheios de gracinha, transbordando a espontaneidade e a criatividade da adolescência (lembrando que levou o Oscar de melhor roteiro original). Pra completar temos a Ellen Page chutando traseiros e trazendo a Juno pra tela com um senso de humor do outro mundo, tornando cada fala e cada trejeito da personagem inesquecível. Enfim, se ainda não viu, baixe/compre logo!

Por hoje é só, povo! Não esqueçam dos meus parabéns amanhã!

sábado, 23 de abril de 2011

Roommate (NOT) Wanted

Finalmente um filme marromenos pra eu comentar aqui! Acho que tive tão seletivo esses últimos tempos que só escolhia ver os filmes que eu já sabia que eram bons. Resultado: todas as críticas aqui do blog eram positivas. Mas covenhamos que quem gosta de tudo, por tabela, não gosta de nada. Por isso passemos à crítica de The Roommate, estrelado por Leighton Meester, mais conhecida pelo papel de Blair Waldorf em Gossip Girl.

Sara é uma jovem mosca morta doce e sensível, que após rejeitar Brown por causa do ex-namorado, vai pra uma universidade em Los Angeles. Depois de se instalar em seu dormitório, ela conhece Rebecca (Leighton Meester), sua mais nova colega de quarto. Sua primeira impressão é que Rebecca é um pouco carente, mas seus interesses em comum acabam aproximando as duas. Enquanto Sara tenta viver suas experiências de faculdade, ela percebe que Rebecca não é uma companheira tão boa assim e o que antes era aparente amizade se torna uma obsessão psicótica.

Liste todos os clichés de filmes de universitários que você conhece. Garanto que você vai achar a maioria nesse filme, desde as bebedeiras das festas de fraternidades até o professor que paquera as alunas. É uma trama sem grandes surpresas com o mínimo diferencial do suspense. Também não vou ser injusto, pois o filme tem, sim, suas cenas bem tensas como perseguições em banheiros escuros e assassinatos, mas não muito além disso.

Contudo, no meio de toda essa falta de originalidade temos a interpretação da Leighton Meester, que realmente incorporou a amiga psicótica. A atriz trouxe à tona um lado que não estamos acostumados a ver em Gossip Girl. Com seus olhares doentios e sorrisos sonsos a personagem acaba sendo a única coisa que verdadeiramente se sobressaiu nesse filme, muito mais que a suposta heroína, interpretada por Minka Kelly. Deus me livre de uma colega de quarto doida daquele jeito! Mas no fim das contas The Roommate é um filme que diverte só naquele momento, enquanto você ri e engasga com seus amigos do lado, nada que milhares de outros filmes não façam.

Nota: 5,5.
"You were never my friend"
*Trailer, IMDB

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Girl Power Sobre Rodas!

Depois de Juno fiquei levemente obcecado pela Ellen Page. Como é que ela deu vida à uma personagem tão engraçada e interessante como aquela? Daí comecei a pesquisar sobre a atriz e tal e acabei esbarrando num filme dirigido pela Drew Barrymore que ela ia estrelar. Pois bem, o filme estreou (não em Manaus obviamente) há mais de um ano e meio e eu nem tinha me tocado. Acho que as gargalhadas que ecoaram pela casa ontem à noite ilustram melhor o quão divertido Whip It é (mais um pra série títulos escrotos em português: Garota Fantástica).

O filme narra a história de Bliss Cavendar, uma texana interiorana desajustada que, obrigada por sua mãe, participa de vários concursos de beleza. Durante umas compras em Austin, no entanto, Bliss acaba se inteirando de uma partida de roller derby que acontecerá em breve. Daí pra frente, a menina se apaixona pelo esporte e se depara com a difícil decisão: agradar aos pais ou correr atrás dos seus próprios objetivos. Daí você - assim como eu - se pergunta: WTF é roller derby???

Basicamente, o roller derby é um corrida de patins sobre um circuito oval. Dois times competem entre si e os jogadores principais - os jammers - devem ultrapassar os jogadores do time adversário a fim de marcarem pontos. Mas muito mais que uma simples corrida, o roller derby é essencialmente um show. As jogadoras vestem trajes coloridos e usam pseudônimos bad ass tipo Maggie Mayhem e Babe Ruthless. É um esporte de muito contato (leia-se 'muitas quedas e muita porrada') e passes ensaiados que levam os espectadores à loucura.


O roteiro de Whip It foi adaptado do romance original Derby Girl pela própria autora do livro. Acho que se mais autores começassem a fazer isso, teríamos adaptações bem melhores do que essas meia-bocas que a gente vê por aí. A trama se desenrola com bastante agilidade, alternando acertadamente entre a comédia das quedas do roller derby e das frases originais e o drama familiar de sempre seguir as regras dos nossos pais e buscar o que nós queremos pra nós mesmos no matter what. Tudo isso sempre ao som do bom e velho rock 'n' roll desde Ramones até Strokes.

Quer fugir desses besteróis americanos que têm essa ideia noiada de que filme pra jovem é filme de putaria? Pode assistir Whip It sem medo de ser feliz! Rasgue-se de rir com as inúmeras quedas e com a interpretação memorável do elenco praticamente inteiro feminino, que além da Ellen Page ainda conta com a própria diretora Drew Barrymore no papel de louquinha e Juliette Lewis de veterana fodona. Enfim, ótimo filme de estreia na direção da Drew. Espero que ela se mantenha nessa linha de comédia e drama simultâneas da vida cotidiana, porque né, tem coisa mais hilária/trágica do que nossa vidinha do dia-a-dia?

Nota: 9,5.
"Well, put some skates on. Be your own hero!"
*Trailer, IMDB.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

O Horcrux de Dorian Gray

Essa semana me perguntaram se esse livro que eu tava lendo era de vampiro:


Não, não, é só um clássico da literatura inglesa do final do século XIX.

A obra narra a história de Dorian Gray, um rapaz bonito e ingênuo que tem seu retrato pintado pelo amigo Basil Hallward. Ao conhecer o Lord Henry Wotton, Dorian se encontra absolutamente atraído pela visão de mundo que este lhe apresenta, segundo a qual a verdadeira razão da vida é a apreciação da beleza através do prazeres percebidos pelos sentidos. Ao se dar conta de que não será pra sempre jovem e belo, Dorian levianamente faz um pedido: deseja que seu retrato envelheça em seu lugar e ele retenha sua atraente beleza. Adivinha. O desejo se realiza e daí pra frente, mermão, é só ladeira a baixo...

Vou confessar que no começo achei O Retrato de Dorian Gray um saco. Pra mim era só um bando de aristocratas metidos a besta falando de como a vida é bela e que assuntos como política e filantropia são coisas de desocupados, etc e tal. O personagem do Lord Wotton é nesse sentido a maior máquina de pérolas do romance. Extremamente cético, misógino e espirituoso, ele é tão seguro do que fala, que acaba encantando o cabeça-de-vento do Dorian. Já o Basil, o pintor, morre de cíúmes porque seu "amigo" se deixa levar por um sujeito como o Lord. Vale lembrar que o autor, Oscar Wilde (que aliás era gay), ainda teve que dar uma abrandada nos tons homossexuais do romance pra não chocar a sociedade inglesa da época.

Mas, entretando, todavia, contudo, no entanto, essa primeira má impressão foi substituída pela noção de que esse era só o início. A real sacada da obra tá justamente no que se passa em seguida. Já que Dorian não envelhece, o peso dos erros dele recaem sobre o retrato, que vira uma espécie de espelho da alma corrupta do personagem. Mas não estamos falando de erros tipo "oops, esqueci de pagar a conta de luz", são mais como "oops, viciei meu amigo em ópio", "oops, matei", e por aí vai.

Com o passar dos anos Dorian passa de uma figura admirada, que atrai qualquer um que se aproxime, pra um sujeito escuso sobre o qual as pessoas cochicham pelas costas. Na sua busca pelo prazer e pela fruição da beleza, ele acaba se entregando a uma vida desregrada e cheia de vícios, na qual vive uma vida dupla visitando casas clandestinas de ópio e de prostituição e ainda frequentando as festas da alta sociedade. Esse, aliás, é um tema central na obra, que procura mostrar que a Estética, a "arte pela arte" (movimento que no Brasil corresponde ao Parnasianismo), é vã no sentido de que a vaidade exacerbada leva simplesmente à degradação da alma, ao invés de promover a beleza crua da arte.

O Retrato de Dorian Gray foi duramente reprovado pela crítica da época, tanto pelas insinuações homossexuais como pela suposta má influência que poderia causar nas pobres e castas mentes dos jovens que viessem a ler o livro. Felizmente hoje já é bastante cultuado e inclusive já teve algumas adaptações pra TV e pro cinema (a mais recente em 2009, intitulada Dorian Gray). Muito interessante a leitura pelos vários pontos de vistas não ortodoxos sobre a sociedade do fim do século XIX na Inglaterra, que na visão do autor era totalmente brega, e pela trajetória de decadência do ser humano desenfreado entregue somente aos prazeres da vida.
"Humanity takes itself too seriously. It is the world's original sin. If the cave-man had known how to laugh, History would have been different"

terça-feira, 12 de abril de 2011

Mas o que há de errado com os games?

Dá um medo quando a gente quer contradizer alguém que tem certa autoridade, né? Pô, o cara vive disso, (supõe-se que) sabe o assunto de cabo a rabo e as pessoas vão até ele pedir opinião. Quem sou eu pra desdizer ou quem sabe até maldizer o que esses caras afirmam ferrenhamente com palavras grandes e embasamentos filosóficos que eu nem sequer sei de onde vieram? Pois é, mas é isso que eu vou fazer hoje: ir contra os críticos, dar minha cara a tapa e dizer que achei Sucker Punch legal.

O filme narra a história de Babydoll, uma jovem que acaba sendo internada em um instituto psiquiátrico após ser culpada injustamente por seu padrasto pela morte da irmã. De repente a sequência normal da história muda e a jovem se vê em uma realidade diferente, na qual ela é obrigada a trabalhar numa casa de prostituição junto com outras garotas: Amber, Blondie, Rocket e Sweet Pea. Nesse prostíbulo as garotas devem ter aulas de dança como forma de treinamento para suas performances, depois das quais seus clientes as escolherão. Presa nessa realidade opressora, Babydoll começa a ter visões/flashes/whatever de uma terceira realidade, onde todas as meninas são soldados de um mundo bizarro em busca de cinco itens misteriosos. Baseada nessa visão dos cinco itens misteriosos é que Babydoll então passa a planejar a fuga do prostíbulo. Ufa! Odeio resenha que se estende falando da sinopse, mas dessa vez foi preciso. 

Passa da metade do filme e você (pelo menos eu) ainda não entende exatamente onde elas estão de verdade ou o que significa o início do filme pra história. Mas é interessante notar dentro dessa confusão de tramas paralelas os detalhes incríveis da fotografia. Do início soturno quase preto e branco somos levados pro mundo mais vivo da vida violenta no prostíbulo e de lá pro mundo mais bizarro de todos, que alterna entre castelos góticos, trincheiras alemães sangrentas e templos orientais. Sem contar que as cenas de luta são dignas dos mais loucos videogames, com direito a slow motions espetaculares e quase que total descaso com as leis da física. Imagens realmente muito bonitas, mas que devido ao uso extremo da computação gráfica sofreram reprovação da crítica, que julgou serem mais coerentes com os próprios videogames do que com um filme mesmo. Bullshit, I say.

Outro ponto muito polêmico entre os críticos foi o suposto tiro que saiu pela culatra. Na busca por tornar as mulheres donas do seu destino, que vão a extremos em sua luta por liberdade, disseram os expertos que o filme acaba as degradando, colocando-as em um universo extremamente violento, no qual são humilhadas e submetidas à venda indiscriminada e vulgar de seus corpos, fato corroborado pelos trajes mínimos que vestem durante a maior parte da história. Quanto a isso não posso afirmar com certeza, mas o próprio fato de elas serem capazes de tudo aquilo pra ter uma vida mais digna me parece muito mais enaltecer a fibra feminina do que realmente degradá-las, já que não são elas as culpadas por se encontrarem naquela humilhação.

No final das contas não importa exatamente qual dos mundos é o verdadeiro, pois cada um carrega a sua verdade. O que acaba importando é que cada um é reflexo do outro e a mesma história se desenvolve sob circunstâncias absolutamente diferentes em cada um, mas acabam se encaminhando pro mesmo resultado. Enfim, um filme que não prima propositalmente por levantar qualquer tipo de bandeira, mas que é simplesmente divertido e com uma história bem diferente das que se veem por aí. Vale a pena pelas imagens impressionantes ao som de uma trilha psicodélica bad ass de rock e mulheres dando surra em robôs, soldados, monstros e no que aparecer.
"If you don't stand for something, you'll fall for anything"
*Trailer, IMDB.

sábado, 9 de abril de 2011

Meu Top 5 Muse

É, Muse pela segunda vez no Brasil, mas dessa vez eu não vou gastar meu dinheiro suado (tá, da primeira vez não suei at all) só pra vê-los fazer um show de abertura pro U2. Ainda assim, eles estão aqui e mesmo com o setlist consideravelmente reduzido, eu sei que vai ser foda. Então pra chorar as mágoas vou postar aqui meu Top 5 da banda.

5 - Supermassive Black Hole

Sim, essa é a música do Crepúsculo 1 da cena do baseball, whatever. Não deixa de ser foda por isso.

4 - Undisclosed Desires

Mais uma do estilo "quero te seduzir" à la Muse. Ainda tem essa menina performática no clipe.

3 - Time Is Running Out

"Yeah, you will be the death of me". Uma das primeiras em que me viciei depois que me libertei do vício do Black Holes and Revelations, que foi o primeiro álbum que eu ouvi.

2 - Butterflies and Hurricanes

Sem dúvida uma das melhores letras da banda. E o Matt ainda dando show no piano.

1 - Plug In Baby

Minha preferida dos 5 álbuns e não tem quem tire. Canto quinhentas milhões de vezes no Guitar Hero, nunca cansei e nunca cansarei. Taí ela ao vivo. Sente a porrada e agradeça o fato de que o Matt não foi pra ópera e escolheu o rock.


É isso, gente, pena que não deu pra incluir nenhuma do Showbiz (o primeiro deles) que é um álbum muito bom também, mas realmente os posteriores foram os que os colocaram no patamar em que estão hoje. Espero que da próxima vez que eu for fazer um Top 5 do Muse, que seja antes de um show em que eu realmente esteja presente.