As histórias sempre fizeram parte do meu imaginário. Mesmo antes de aprender a ler, tive muito contato com elas através dos meus pais, que sempre me contavam as mais fabulosas aventuras antes de dormir. No entanto, não posso dizer que tinha um apreço especialmente marcante pela leitura após minha alfabetização. Embora lesse com afinco os livros paradidáticos que me eram recomendados pela escola, somente um livro pode ser apontado como responsável pelo início do meu amor à leitura.
Aos dez anos de idade, a saga Harry Potter não só representou para mim a verdadeira abertura ao mundo alternativo da literatura, mas também contribuiu para o desenvolvimento de um senso crítico mais apurado. O gênero young adult, ou infanto-juvenil, desde então teve um lugar especial na minha estante, representado por séries como Os Mundos de Crestomanci, A Mediadora e Desventuras em Série. Além disso, através de metáforas e alegorias, o mundo das letras me ajudou a interpretar melhor textos até mesmo na escola, onde a compreensão e a produção textuais são importantíssimas. Tal ajuda provou-se valiosa quando entrei na adolescência e passei ao Ensino Médio.
Nessa fase meu interesse pelos clássicos foi despertado, principalmente os da língua inglesa, a qual já vinha praticando havia algum tempo. Autores como Jane Austen, J. D. Salinger e Mark Twain expandiram meus horizontes literários e em última instância melhoraram meu vocabulário e minha capacidade argumentativa, tanto em português como em inglês. Nesse sentido, devo muito também ao elemento tecnológico por essas novas e bem-vindas descobertas.
Ferramentas como a internet e a digitalização de livros têm influenciado fortemente meus recentes hábitos de leitura. Através da primeira, tenho acesso muito mais rápido a informações relevantes sobre os mais diversos gêneros literários, além de participar de redes sociais especializadas em discussões acerca de vários temas e até em compra e troca de livros. Já a digitalização desses tem me proporcionado o barateamento no custo de cada volume, já que não há preocupação com papel e impressão. Diante disso, com o auxílio da tecnologia, a leitura fica cada vez mais fácil e acessível, o que é de suma importância para uma sociedade que busca uma educação de qualidade.
Finalmente, entrei recentemente em uma fase na qual se apresenta um novo desafio literário. Os textos da comunidade científica, embora primem pela objetividade e articulação argumentativa clara, exigem elevado grau de atenção e leitura prévia, especialmente quando tratam de temas mais complexos, como certos assuntos mais subjetivos da literatura. Além disso, é hora de corrigir uma séria falha na minha história de leitura: os clássicos brasileiros. Por mais que tenha lido Machado e alguns outros renomados autores, é preciso um mergulho mais aprofundado numa literatura tão rica quanto a nossa. Estou ainda no segundo período, mas posso afirmar que tais desafios são mais que bem-vindos.

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