Semana passada estava eu bem lesando na aula de espanhol - com o laptop aberto enquanto os colegas apresentavam um trabalho - quando uma dessas publicações sugeridas pelo Facebook me perguntou se eu já tinha comprado o novo romance do Dan Brown. "WTF", pensei eu, nem sabia que ele já tinha escrito outro livro depois do Símbolo Perdido, o qual eu tinha engolido em dois dias quando só o meu corpo frequentava aquela minha adorada faculdade de direito. Dessa vez demorei um pouco mais pra ler, mas a expressão page-turner continua perfeitamente aplicável aos romances do Dan Brown.
Inferno traz o conhecido professor de simbologia de Harvard, Robert Langdon, de volta à Europa, mais especificamente ao coração do Renascimento: Florença. Após inexplicavelmente acordar baleado e desmemoriado num hospital, Langdon se vê imerso em mais uma corrida contra o tempo, agora pra salvar o mundo de uma arma biológica que promete nos afetar com uma força comparável à da Peste Negra, que na Idade Média dizimou um terço da Europa. Essa nova jornada, como indica o título, está intimamente ligada à obra prima do poeta italiano Dante Alighieri, A Divina Comédia, que por sua vez suscita a busca de pistas e a resolução de enigmas em outras grandes obras de arte relacionadas, tudo bem no estilo Robert Langdon de sempre.
Pra quem não conhece esse estilo, vejamo-lo a seguir. Centenas de páginas que se passam em pouco mais de 24 horas de história: check; vilão hiper culto e malvado com ideais malucos de grandeza: check; pistas que revelam os planos do vilão-hiper-culto-e-malvado-com-ideais-malucos-de-grandeza escondidas em quadros, esculturas, prédios, etc.: check; coadjuvante feminina gata e esperta: check; final feliz com a resolução do problema após uma sequência emocionante de ação: close enough.
Parece que o Dan Brown se meteu numa vibe "iarnuô-iarnistilve, vamos salvar o mundo e tal". No Símbolo com aquela história de que "pensamentos são matéria, então vamo manter a vibe positiva que tá todo mundo junto, mano" e agora com essa de "vamos pensar nos problemas do mundo". Sou super a favor de ele querer incrementar os livros com ideias novas, mas, assim, se eu quiser algo mais substancial com certeza não é a você que eu recorrerei, Dan Brown, meu caro. Acho que cada um tem que se ater ao que sabe, né, cara? Se você já se consagrou pela narrativa rápida, mirabolante e emocionante com ares de gente culta, é isso. Agora vir com essa onda new wave (~~onda new wave) paz e amor não colou comigo não. Vai mexer com a igreja católica de novo que acho que tu vais ter mais ibope. No fim das contas, quem já leu os outros e quer continuar lendo, leia. Não vai ter nada de novo mesmo, mas a diversão é aquela de sempre. E quem não leu os outros, melhor começar por O Código Da Vinci ou pelo Anjos e Demônios - ou até pelo Ponto de Impacto, pra quem quer mais conspiração governamental e menos história da arte.
Pra quem não conhece esse estilo, vejamo-lo a seguir. Centenas de páginas que se passam em pouco mais de 24 horas de história: check; vilão hiper culto e malvado com ideais malucos de grandeza: check; pistas que revelam os planos do vilão-hiper-culto-e-malvado-com-ideais-malucos-de-grandeza escondidas em quadros, esculturas, prédios, etc.: check; coadjuvante feminina gata e esperta: check; final feliz com a resolução do problema após uma sequência emocionante de ação: close enough.
Parece que o Dan Brown se meteu numa vibe "iarnuô-iarnistilve, vamos salvar o mundo e tal". No Símbolo com aquela história de que "pensamentos são matéria, então vamo manter a vibe positiva que tá todo mundo junto, mano" e agora com essa de "vamos pensar nos problemas do mundo". Sou super a favor de ele querer incrementar os livros com ideias novas, mas, assim, se eu quiser algo mais substancial com certeza não é a você que eu recorrerei, Dan Brown, meu caro. Acho que cada um tem que se ater ao que sabe, né, cara? Se você já se consagrou pela narrativa rápida, mirabolante e emocionante com ares de gente culta, é isso. Agora vir com essa onda new wave (~~onda new wave) paz e amor não colou comigo não. Vai mexer com a igreja católica de novo que acho que tu vais ter mais ibope. No fim das contas, quem já leu os outros e quer continuar lendo, leia. Não vai ter nada de novo mesmo, mas a diversão é aquela de sempre. E quem não leu os outros, melhor começar por O Código Da Vinci ou pelo Anjos e Demônios - ou até pelo Ponto de Impacto, pra quem quer mais conspiração governamental e menos história da arte.
"I've got to stop being such a snob about leather-bound books, he reminded himself. E-books do have their moments."

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