sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Top 5 Julho-Setembro

Wooosh! Mais um trimestre que se vai e entramos na reta final do ano. Daqui a pouco já estamos comendo peru, dando presentes sem sentido e gritando "feliz 2012"! Mas antes disso, não posso deixar de postar aqui meu Top 5 de músicas desses últimos 3 meses. Não tive muito tempo pra fuçar tantas coisas novas, mas o que chegou até mim foi muito bem-vindo e principalmente essa listinha tá num loop infinito.

5. Everything Goes My Way - Metronomy
Abrindo nossa sequência hoje temos uma banda inglesa. O Metronomy é mais eletrônico e experimental do que eu tô acostumado a ouvir, por isso ainda não estou 100% seguro de que vou realmente gostar conforme ouça esse último álbum, The English Riviera, com mais frequência. Por outro lado, essa música me cativou na hora. Também pudera, é a menos eletrônica do disco e ainda tem essa Roxanne Clifford aí cantando toda calminha e tals. Com certeza fez vários engarrafamentos desse trimestre mais toleráveis.

4. Someone Like You - Adele
Continuando na Inglaterra, temos Adele. Nos últimos Top 5 The Vaccines ficaram de figurinha repetida, dessa vez é essa gorda gostosa. Infelizmente perdemos a Amy em julho, mas o legado soul dela não ficará mal representado se mais cantoras como a Adele surgirem por aí. Porque pra provar que sabe não é preciso altos sintetizadores e shows caríssimos, basta uma voz poderosa e um pianinho no fundo.

3. Money - The Drums
Cruzando o Atlântico chegamos às quebradas de Nova Iorque. Essa música me pegou pela sinceridade da letra. "I want to buy you something, but I don't have any money". Quem nunca se viu nessa situação? E pra melhorar tem uma guitarrinha esperta misturada ao ritmo acelerado e ao refrão grudento. Aliás, esse segundo álbum do The Drums, Portamento, tá muito bom! Já podem ir baixando!

2. Let'em Shine Below - Holger
Descendo para nossa terra natal, o segundo lugar desse trimestre vai pra Holger. Quando soube que eles tocariam em Manaus nem me animei muito porque tinha achado o EP deles bem mais ou menos. Agora imaginem meu arrependimento quando inventei de ouvir o álbum mesmo, Sunga, só no dia do show. Sério, muito divertido, com uma batida meio africana, meio latina misturadas com rock, um sintetizador e aquele Brazilian accent pra dar o toque final. Meio que o Vampire Weekend brasileiro. A diferença é que no quesito animação e performance no show, Holger dá de dez a zero, e olha que eu já tive a sorte de ir a dois shows do Vampire Weekend. Os caras literalmente se revezam em todos os instrumentos, todos cantam e todos tiram graça com o público. Sem dúvida o melhor show a que fui até agora esse ano (do ano inteiro, já que eu provavelmente não vou mais pro Planeta Terra). 

1. Pumped Up Kicks - Foster the People
Voltando pro Tio Sam, mas pra Califórnia, a banda que mais ouvi esse trimestre foi sem dúvida Foster The People. Peguei esse clipe por acaso no VH1 e achei eles um bando de playboy. Detalhe, só não conseguia tirar esse refrão da minha cabeça. O jeito foi baixar o álbum, Torches, e me viciar de vez. Lembra MGMT, mas muito mais animado, mais grudento, enfim, mais. Os caras tão famosinhos já nos EUA, concorreram no VMA, se apresentaram no Lollapallooza e tudo. Por isso, ficam eles aqui como minha maior dica do trimestre. "You'd better run, better run, outrun my gun!".

E que venha logo esse fim de ano! Eu quero férias!

Minha Trajetória no Mundo da Leitura

As histórias sempre fizeram parte do meu imaginário. Mesmo antes de aprender a ler, tive muito contato com elas através dos meus pais, que sempre me contavam as mais fabulosas aventuras antes de dormir. No entanto, não posso dizer que tinha um apreço especialmente marcante pela leitura após minha alfabetização. Embora lesse com afinco os livros paradidáticos que me eram recomendados pela escola, somente um livro pode ser apontado como responsável pelo início do meu amor à leitura.


Aos dez anos de idade, a saga Harry Potter não só representou para mim a verdadeira abertura ao mundo alternativo da literatura, mas também contribuiu para o desenvolvimento de um senso crítico mais apurado. O gênero young adult, ou infanto-juvenil, desde então teve um lugar especial na minha estante, representado por séries como Os Mundos de Crestomanci, A Mediadora e Desventuras em Série. Além disso, através de metáforas e alegorias, o mundo das letras me ajudou a interpretar melhor textos até mesmo na escola, onde a compreensão e a produção textuais são importantíssimas. Tal ajuda provou-se valiosa quando entrei na adolescência e passei ao Ensino Médio.           

Nessa fase meu interesse pelos clássicos foi despertado, principalmente os da língua inglesa, a qual já vinha praticando havia algum tempo. Autores como Jane Austen, J. D. Salinger e Mark Twain expandiram meus horizontes literários e em última instância melhoraram meu vocabulário e minha capacidade argumentativa, tanto em português como em inglês. Nesse sentido, devo muito também ao elemento tecnológico por essas novas e bem-vindas descobertas.

Ferramentas como a internet e a digitalização de livros têm influenciado fortemente meus recentes hábitos de leitura. Através da primeira, tenho acesso muito mais rápido a informações relevantes sobre os mais diversos gêneros literários, além de participar de redes sociais especializadas em discussões acerca de vários temas e até em compra e troca de livros. Já a digitalização desses tem me proporcionado o barateamento no custo de cada volume, já que não há preocupação com papel e impressão. Diante disso, com o auxílio da tecnologia, a leitura fica cada vez mais fácil e acessível, o que é de suma importância para uma sociedade que busca uma educação de qualidade.

Finalmente, entrei recentemente em uma fase na qual se apresenta um novo desafio literário. Os textos da comunidade científica, embora primem pela objetividade e articulação argumentativa clara, exigem elevado grau de atenção e leitura prévia, especialmente quando tratam de temas mais complexos, como certos assuntos mais subjetivos da literatura. Além disso, é hora de corrigir uma séria falha na minha história de leitura: os clássicos brasileiros. Por mais que tenha lido Machado e alguns outros renomados autores, é preciso um mergulho mais aprofundado numa literatura tão rica quanto a nossa. Estou ainda no segundo período, mas posso afirmar que tais desafios são mais que bem-vindos.  

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Sessão Depressão

É, meu povo, quem me mandou arranjar uma vida? Entre faculdade, alemão e trabalho de segunda a sábado, ficou complicado postar alguma coisa que preste no final do primeiro semestre, embora meu ritmo de leitura e de cinema não tenha diminuído tanto. Felizmente, fui abençoado com duas semaninhas de folga da faculdade, então tô me obrigando a escrever algo por aqui. Assim, pra suprir um pouco esse hiato desde o último post, resolvi criticar dois filmes hoje.

Minha primeira dica é Blue Valentine, filme do ano passado que estrela Michelle Williams (pra mim a eterna Jen de Dawson's Creek) e Ryan Gosling. A obra nos traz a história de Dean e Cindy, um casal que passa por problemas no seu casamento. Sua narrativa é entrecortada por momentos importantes do passado do casal, assim oferecendo ao espectador a oportunidade de juntar o quebra-cabeça de uma relação conturbada. Aliás, essa é a impressão que mais me marcou ao ver o filme: os vários recortes, ora felizes, ora tristes, ora apáticos, que acabam construindo um retrato esfacelado de duas pessoas muito diferentes unidas por circunstâncias especiais.

Não se enganem quanto ao ridículo nome que o longa recebeu no Brasil, Namorados Para Sempre, porque, bem... deixa pra lá. Anyways, a atuação dos dois ótimos atores é a alma do filme. Com muita competência, o casal consegue dar vida às duas personagens principais bem no estilo "gente como a gente", passando longe dos casais perfeitos das comédias românticas. O resultado final é um filme extremamente pesaroso que nos faz refletir acerca de como o tempo pode mudar nossas perspectivas e de repente tornar o que era claro em algo duvidoso e possivelmente nocivo. Filmaço. Nota: 9,5.
"I feel like men are more romantic than women. When we get married we marry, like, one girl, 'cause we're resistant the whole way until we meet one girl and we think 'I'd be an idiot if I didn't marry this girl she's so great'. But it seems like girls get to a place where they just kinda pick the best option... 'Oh he's got a good job'. I mean they spend their whole life looking for Prince Charming and then they marry the guy who's got a good job and is gonna stick around"

*Trailer, IMDB 

Minha segunda dica se chama Não Me Abandone Jamais (Never Let Me Go), filme - também do ano passado - baseado no livro homônimo do nipo-inglês Kazuo Ishiguro. A história se passa na Inglaterra da segunda metade do século XX, porém num universo ligeiramente diferente do nosso, onde o intenso progresso científico possibilitou a criação de clones pra que esses possam no futuro doarem seus órgãos vitais, assim salvando a vida de muitos doentes. Bem sci-fi, né? Na verdade, não, não tem nada a ver.

O foco da trama é principalmente nas vidas desses clones, mais especificamente Kathy (Carey Mulligan), Ruth (Keira Knightley - Piratas do Caribe) e Tommy (Andrew Garfield - o novo Homem Aranha), seres nem mais, nem menos humanos que eu ou você. A obra se dá em três momentos distintos, apresentados cronologicamente: a infância dos protagonistas no internato, os anos logo após a escola e a idade adulta. A questão da clonagem do ponto de vista científico quase não tem importância numa história em que o essencial são as relações entre essas pessoas e como um destino cruel pode afetá-las. Clones ou não, todos temos desejos, sonhos e defeitos. No fim das contas o que realmente importa é viver o tempo que temos por aqui da melhor forma possível. E você? O que faria se já nascesse com um prazo de validade? Nota: 8,5.
"What I'm not sure about is if our lives have been so different from the lives of the people we save. We all complete. Maybe none of us understand what we've lived through, or feel we've had enough time"
*Trailer, IMDB

É isso gente, espero que tenha se interessado pelos filmes. Ambos valem muito a pena. Só sugiro que vocês não os vejam no mesmo dia, ou quem sabe até na mesma semana. Não quero família de ninguém vindo me acusar de assistência em suicídio.

Até a próxima!