Como já disse diversas vezes: em geral, não gosto de filmes de super-heróis. Pra mim, através de histórias manjadas e mais velhas que o mundo, eles são pouco mais do que empreitadas megalomaníacas dos grandes estúdios a fim de testar o que há de mais moderno nas tecnologias audiovisuais. "Ai, Eduardo, como tu é metido! Só quer pagar de intelectual!", diriam alguns. Sim, claro, só quero massagear meu ego intelectualizado com coisas sofisticadas e super complexas, por isso curto Avenida Brasil e séries como The Vampire Diaries. Mas o ponto é: meu desgosto pelo gênero se estende a filmes como Homem de Ferro (Iron Man) e Os Vingadores (Marvel's The Avengers), devendo ser devidamente excluída desse grupo a trilogia do Batman dirigida pelo Christopher Nolan. E é a comentar sobre o último episódio dessa saga que se destina este post.
A história do Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge (The Dark Knight Rises), cuja estreia no Brasil foi na última sexta-feira, 27, tem início oito anos depois da de seu antecessor Batman: O Cavaleiro das Trevas (The Dark Knight). Numa Gotham já pacificada, Bruce Wayne (Christian Bale) vive em reclusão em sua mansão enquanto a população se sente segura graças às rígidas leis criminais aprovadas após a morte do promotor Harvey Dent, pela qual o homem morcego acabou levando a culpa. Essa paz toda é quebrada, no entanto, com a aparição de Bane (Tom Hardy), vilão bizarro cujo objetivo é cumprir a missão da Liga das Sombras: destruir Gotham e toda a sua corrupção para salvar a humanidade.
Quanto ao aspecto técnico, achei o filme virtualmente impecável. Também pudera. Com um orçamento estimado em U$250.000.000 deve ter restado pouca coisa que os estúdios não quiseram/conseguiram fazer depois de tantas cenas de perseguição, porrada e explosões. Aliado à essa competência técnica temos também um elenco excepcional. Do Michael Cane, do Morgan Freeman e do Christian Bale nem preciso falar nada, certo? Da Anne Hathaway posso dizer que sempre soube que ela seria uma ótima Mulher Gato, apesar das desconfianças infundadas dos fãs de Batman. A Marion Cotillard já tinha me conquistado em Meia-noite em Paris (não, não vi Piaf ainda) e não foi surpresa nenhuma que ela tenha sido tão boa nesse também. E pra fechar temos o Tom Hardy coitado, encarregado de substituir o Heath Ledger no cargo de vilão. Mas, embora o Coringa tenha sido o melhor da trilogia, o Bane também foi bem interpretado e a trama dele muito bem escrita.
Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge quebra as limitações comuns de seu gênero e, além de focar no poder destrutivo do vilão e na capacidade redentora do herói, nos traz outros assuntos a serem tratados. O difícil debate acerca da energia nuclear, por exemplo, tem papel fundamental na trama, levando o próprio Bruce Wayne a privar o mundo de uma energia mais limpa diant e da possibilidade de transformá-la em uma arma de destruição em massa. Outro assunto controverso em que toca o filme é o impacto que a política e o capitalismo causam na vida dos pequenos mortais como nós, que mais sofremos com a corrupção que corre solta nas reuniões das grandes empresas e no mercado financeiro. O Christopher Nolan já disse não ter feito um filme político, mas fica bem claro que o terceiro e último capítulo da trilogia dele não se esgota na fórmula clássica do herói sofrido que destrói o vilão malvado pra salvar a Terra, tornando-se, assim, ainda em julho, um dos melhores do ano.
Nota: 9,5.
Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge quebra as limitações comuns de seu gênero e, além de focar no poder destrutivo do vilão e na capacidade redentora do herói, nos traz outros assuntos a serem tratados. O difícil debate acerca da energia nuclear, por exemplo, tem papel fundamental na trama, levando o próprio Bruce Wayne a privar o mundo de uma energia mais limpa diant e da possibilidade de transformá-la em uma arma de destruição em massa. Outro assunto controverso em que toca o filme é o impacto que a política e o capitalismo causam na vida dos pequenos mortais como nós, que mais sofremos com a corrupção que corre solta nas reuniões das grandes empresas e no mercado financeiro. O Christopher Nolan já disse não ter feito um filme político, mas fica bem claro que o terceiro e último capítulo da trilogia dele não se esgota na fórmula clássica do herói sofrido que destrói o vilão malvado pra salvar a Terra, tornando-se, assim, ainda em julho, um dos melhores do ano.
Nota: 9,5.
"There's a storm coming, Mr. Wayne. You and your friends better batten down the hatches, because when it hits, you're all gonna wonder how you ever thought you could live so large and leave so little for the rest of us."
